segunda-feira

Conto de Natal

 
Era uma vez um pobre sapateiro que vivia numa cabana, na encruzilhada de um caminho, perto de um pequeno e humilde povoado. Como era um homem bom e queria ajudar os viajantes, que à noite por ali passavam, deixava na janela da sua casa, uma vela acesa todas as noites, de modo a guiá-los. E apesar da doença e a fome, nunca deixou de acender a sua vela. Veio então uma grande guerra, e todos os jovens partiram, deixando a cidade ainda mais pobre e triste. As pessoas do povoado ao verem a persistência daquele pobre sapateiro, que continuava a viver a sua vida cheio de esperança e bondade, decidiram imitá-lo e, naquela noite, que era a véspera de Natal, todos acederam uma vela em suas casas, iluminando todo o povoado. À meia-noite, os sinos da igreja começaram a tocar, anunciando a boa notícia: a guerra tinha acabado e os jovens regressavam às suas casas! 

Todos gritaram: “É um milagre! É o milagre das velas!”. A partir daquele dia, acender uma vela tornou-se tradição em quase todos os povos, na véspera de Natal.

(Autor desconhecido)

Um jeito de rezar...


Um pobre camponês regressava ao fim da tarde a sua casa depois de um dia de trabalho. De repente lembrou-se que não trazia consigo o seu livro de orações. Encontrava-se no meio do bosque e tinha-se desprendido uma roda da sua carroça.

O pobre homem estava aflito pensando que nesse dia não ia poder recitar as suas preces. Então rezou assim: "Senhor, cometi uma grande estupidez. Saí de casa sem o meu livro de orações. A minha memória é tão pouca que sem ele não sei rezar. De modo que vou recitar muito devagar o alfabeto cinco vezes seguidas. E Tu, que conheces todas as orações, podes juntar as letras e formar as preces que eu não recordo."

E Deus disse aos seus anjos: "De todas as orações que escutei hoje, esta foi sem dúvida alguma, a melhor. Uma oração que brotou de um coração humilde e sincero".
(Desconheço autor)
 
 

domingo

A voz de Deus



«Escuto mas não sei se o que oiço é silêncio ou Deus. Escuto sem saber se estou ouvindo o ressoar da planície do vazio ou a consciência atenta que nos confins do universo me decifra e fita. Apenas sei que caminho como quem é olhado, amado e conhecido e por isso em cada gesto ponho solenidade e risco»

(Sofia de Melo Breyner).


Se uma voz… te acorda, te tira da mediocridade, te baralha o jogo previsto para a tua vida… é a voz de Deus… se te faz sair do teu próprio eu e te lança para o mundo inteiro… é a voz de Deus;… se te convida a ser feliz fazendo felizes os outros, a dar sem esperar recompensas, a confiar nas outras pessoas como o Filho confia no Pai… é a voz de Deus;… não te aliena do mundo mas te convida a ser fermento na massa… é a voz de Deus;… te convida a estar perto dos pobres, a dar alegria e esperança… é a voz de Deus;… não tem nada que ver com os anúncios publicitários, nem é para te fazer famoso nem rico… é a voz de Deus;… vai germinando em ti suavemente, te convida a centrar a tua vida em Cristo, a segui-Lo, a conviver com Ele, a ser seu não só amigo, mas discípulo… é a voz de Deus;… deixou eco em ti e, apesar de já teres tentado tudo, essa voz não se cala… é a voz de Deus;… Ela te convida para estender o Reino, melhorar o mundo, anunciar Cristo e não a tua opinião… é a voz de Deus!
 
(Desconheço autor)
 
 

Vale a pena caminhar juntos!...


 
Tinham ouvido falar de uma terra maravilhosa, onde havia ouro e prata e toda a sorte de riquezas; e mais: lá não havia dor, nem ódio, nem tristeza. Quem a descobrisse teria descoberto o paraíso.

E partiram, cada qual com o seu mapa, que cada qual julgava o mais preciso. No caminho decidiram separar-se, já que um não acreditava no mapa nem no projeto de caminhada do outro.

Cada qual foi arranjando outros companheiros e espalhando que o mapa dos outros era falso e não levava à terra prometida. O mapa deles, sim, era o certo.
E lá se foram aqueles grupos em caravanas à procura do paraíso na terra, que seria porta de entrada para o paraíso no céu.

Cantavam seus hinos, recitavam seus versos, tinham sua linguagem própria e apostavam na sua versão do mapa. Tinham o verdadeiro roteiro.

Às vezes cruzavam seus caminhos, quase sempre para se acusarem de desvios.
Mas a terra maravilhosa parecia cada dia mais impossível. Chegavam aos oásis, achavam que era, mas não era.

Seus mapas precisavam ser interpretados e em geral, eram mal interpretados. Mil vezes disseram: chegamos. Mil vezes tiveram que admitir que ainda não era o que buscavam.

Um dia um especialista em mapas e caminhos convocou uma reunião de todos. Queria ver os três mapas e chocá-los com o original.
- Como? Que original? Original é o nosso!
- Não, disse ele, os três são traduções. O original está comigo.
- Como, com você?
- Fui eu que fiz o mapa. Quero ver o que vocês andaram fazendo com ele. Na ânsia de serem os mais certos, muitos de vocês andaram introduzindo coisas neles que eu jamais coloquei.

Aceitaram ir e na reunião o caminhante disse:
- A terra maravilhosa não existe aqui neste mundo, mas o caminho pode ser maravilhoso. Preocupados em chegar lá primeiro, vocês nem perceberam que a beleza do roteiro estava em caminhar juntos. E por não terem aprendido a caminhar juntos não aproveitaram nada dos seus mapas e por isso mesmo não chegaram.

Dito isso, o caminhante desapareceu e os três descobridores descobriram muito tarde que, ou se busca junto um aprendendo com o mapa do outro ou ninguém chega.

(David L. Weatherford)


Reflexão: Amigo, o caminho que percorres pode ser maravilho ou de muito sacrifício, a diferença está em como aproveitas a jornada...

O Cântaro lascado!



Um aguadeiro indiano tinha dois grandes cântaros. Transportava-os suspensos às duas extremidades de uma vara de madeira que se ajustava à forma dos seus ombros.

Um dos cântaros tinha uma brecha, e, enquanto o outro cântaro conservava perfeitamente toda a sua água da fonte até à casa do amo, o cântaro lascado perdia quase metade da sua preciosa carga durante o caminho.

Isto durou 2 anos, durante os quais, todos os dias, o aguadeiro só entregava um cântaro e meio de água em cada uma das suas viagens.

Claro, o cântaro intacto sentia-se orgulhoso, visto que conseguia cumprir a sua missão do princípio até ao fim sem falhar.

Mas o cântaro lascado tinha vergonha da sua imperfeição e sentia-se deprimido porque só conseguia cumprir metade do que era suposto ser capaz.

Ao fim de 2 anos daquilo que considerava como um desaire permanente, o cântaro lascado dirigiu-se ao aguadeiro, num momento em que este último o enchia na fonte.

   "Sinto-me culpado, e peço que me desculpes."

 "Porquê?" perguntou o aguadeiro. "De que tens vergonha?"

 "Durante 2 anos, apenas consegui transportar metade da minha carga de água para o nosso amo, devido a esta brecha que deixa entornar a água. Por minha culpa, fazes todos estes esforços, e, no final, só entregas metade da água ao nosso amo. Não obténs o reconhecimento completo dos teus esforços", disse-lhe o cântaro lascado.

O aguadeiro ficou emocionado com esta confissão, e, cheio de compaixão, respondeu: "Enquanto voltamos à casa do amo, quero que observes as magníficas flores que estão à borda da estrada".

Assim à medida que subiam pelo caminho, ao longo da colina, o velho cântaro viu, na borda do caminho, magníficas flores anhadas pelo sol, e aquilo aliviou-lhe o coração. Mas no fim do percurso, continuava a sentir-se mal porque tinha voltado a perder metade da sua água.

O aguadeiro disse ao cântaro: "Apercebeste-te de que havia flores lindas do TEU lado, e quase nenhuma do lado do cântaro intacto? Como sempre soube que entornavas água, decidi tirar partido disso.

Espalhei sementes de flores no caminho do teu lado, e, todos os dias, tu rega-las durante todo o percurso. Durante 2 anos, consegui, graças a ti, apanhar flores
magníficas que embelezaram a mesa do amo. Sem ti, nunca teria conseguido encontrar flores tão frescas e tão graciosas."

 
Moral da história: Todos temos brechas, feridas, defeitos. Somos todos cântaros lascados. Alguns de entre nós estamos enfraquecidos pela velhice, outros não brilham pela sua inteligência, outros são demasiado altos, demasiado fortes ou demasiado magros, alguns são calvos, outros estão debilitados fisicamente, mas são as brechas, os defeitos que temos que tornam as nossas vidas mais interessantes e exaltantes.

Devemos tomar os outros tais como eles são, e ver o que há de bom neles. Há coisas muito positivas por todo o lado. Há muita coisa boa dentro de si, (amigo leitor)!

Aqueles que são flexíveis têm a sorte de não conseguirem ser deformados. Não se esqueçam de apreciar todas as pessoas tão diferentes que povoam a nossa vida! Sem elas, a vida seria bem triste.

Obrigado por apreciar afetuosamente as minhas imperfeições - e, ainda mais importante para si - de aprender a amar as suas!...
(Desconheço autoria)

segunda-feira

A arte de julgar os outros…


Eram dois vizinhos. Um deles comprou um coelho para os filhos. Os filhos do outro vizinho também quiseram um animal de estimação.
E os pais desta família compraram um filhote de pastor alemão. Então começa uma conversa entre os dois vizinhos:

 - Ele vai comer o meu coelho!

- De jeito nenhum. O meu pastor é filhote. Vão crescer juntos e 'pegar' amizade! E, parece que o dono do cão tinha razão. Juntos cresceram e se tornaram amigos. Era normal ver o coelho no quintal do cachorro e vice-versa. As crianças, felizes com os dois animais. Eis que o dono do coelho foi viajar no fim-de-semana com a família. E não levaram o coelho. No domingo, à tarde, o dono do cachorro e a família tomavam um lanche tranquilamente, quando, de repente, entra o pastor alemão com o coelho entre os dentes, imundo, sujo de terra e morto. O cão levou uma tremenda surra! Quase mataram o cachorro de tanto agredi-lo. Dizia o homem:

- O vizinho estava certo. Só podia dar nisso! Mais algumas horas e os vizinhos iam chegar. E agora? Todos se olhavam. O cachorro, coitado, chorando lá fora, lambendo os seus ferimentos.

- Já pensaram como vão ficar as crianças? Não se sabe exatamente quem teve a ideia, mas parecia infalível:

- Vamos lavar o coelho, deixá-lo limpinho, depois a gente seca com o secador e o colocamos na sua casinha. E assim fizeram. Até perfume colocaram no animalzinho. Ficou lindo. Parecia vivo, diziam as crianças. Logo depois ouvem os vizinhos chegarem. Notam os gritos das crianças.

- Descobriram! Não passaram cinco minutos e o dono do coelho veio bater à porta, assustado. Parecia que tinha visto um fantasma.

- O que foi? Que cara é essa?

- O coelho, o coelho...

- O que tem o coelho? - Morreu!

- Morreu? Ainda hoje à tarde parecia tão bem.

- Morreu na sexta-feira! - Na sexta?

- Foi. Antes de viajarmos, as crianças o enterraram no fundo do quintal e agora ele reapareceu! A história termina aqui.

O que aconteceu depois fica para a imaginação de cada um de nós. Mas o grande personagem desta história, sem dúvida alguma, é o cachorro. Imagine o coitado, desde sexta-feira procurando em vão pelo seu amigo de infância. Depois de muito farejar, descobre seu amigo coelho morto e enterrado. O que faz ele? Provavelmente com o coração partido desenterra o amigo e vai mostrar para seus donos, imaginando que o fizessem ressuscitar. E o ser humano continua julgando os outros... A outra lição que podemos tirar desta história é que o homem tem a tendência de julgar os fatos sem antes verificar o que de fato aconteceu. Quantas vezes tiramos conclusões erradas das situações e nos achamos donos da verdade? Histórias como esta, são para pensarmos bem nas atitudes que tomamos. Às vezes, fazemos o mesmo... A vida tem quatro sentidos: amar, sofrer, lutar e vencer.

Então: AME muito, SOFRA pouco, LUTE bastante e VENÇA sempre!

Andamos tão distraídos?!


 
Era uma noite iluminada... Um anjo apareceu a uma família muito rica e falou para a dona da casa: Trago-te uma boa notícia: Esta noite o Senhor Jesus virá visitar a tua casa! Aquela senhora ficou entusiasmada. Jamais acreditara ser possível que esse milagre acontecesse em sua casa. Tratou de preparar uma excelente ceia para receber a Jesus. Encomendou frangos assados, conservas, saladas e vinhos importados. De repente, tocou a campainha. Era uma mulher com roupas miseráveis, com aspecto de quem já sofrera muito... Senhora, disse a pobre mulher, será que não teria algum serviço para mim? Tenho fome e tenho necessidade de trabalhar. Ora bolas, ripostou a dona da casa. Isso são horas de me vir incomodar? Volte outro dia. Agora estou muito atarefada com uma ceia para uma visita muito importante. E a pobre mulher lá se foi...

Um pouco mais tarde, um homem, sujo de óleo, veio bater-lhe à porta. Senhora, disse ele, o meu carro avariou-se na esquina. Não teria a senhora, por acaso, um telefone para que eu pudesse chamar um mecânico? A senhora, como estava ocupadíssima em limpar as pratas, lavar os cristais e os pratos de porcelana, ficou muito irritada: Você pensa que a minha casa é o que? Vá procurar um telefone público se quiser!... Onde já se viu incomodar as pessoas desta maneira? Por favor, não suje a entrada da minha casa com esses pés imundos! E a anfitriã continuou a preparar a ceia: abriu latas de caviar, colocou a champanhe no frigorífico, escolheu na adega os melhores vinhos e preparou os aperitivos. Nesse meio tempo, alguém lá fora bate palmas. Será que é agora que aí vem a minha Visita? – pensou ela emocionada.


E com o coração batendo acelerado, foi abrir a porta. Mas decepcionou-se. Era um menino de rua, todo sujo e mal vestido... Senhora, estou com fome. Dê-me um pouco de pão! Como é que eu vou te dar comida, se nós ainda não jantámos? Volta amanhã, porque esta noite estou muito atarefada... não te posso dar atenção... Finalmente a ceia ficou pronta. Toda a família esperava, emocionada, o ilustre Visitante. Entretanto, as horas iam passando e Jesus não aparecia. Cansados de tanto esperar, começaram a comer as iguarias, que, pouco a pouco, já começavam a fazer efeito naqueles estômagos vazios, até que o sono fez com que se esquecessem dos frangos, assados e de todos os pratos saborosos. Na manhã seguinte, ao acordar, a senhora, com grande espanto, viu na presença do anjo. Será que um anjo é capaz de mentir? gritou ela.


Eu preparei tudo esmeradamente, aguardei a noite inteira e Jesus não apareceu. Porque fez isso comigo? Porquê esta brincadeira? Não fui eu que menti... Foi você que não teve olhos para ver, explicou o anjo. Jesus esteve aqui na sua casa pôr três vezes: na pessoa da mulher pobre, na pessoa do condutor e na pessoa do menino faminto, a senhora é que não foi capaz de O receber em sua casa...

(desconheço autoria)