Temas de reflexão




Lembrar, celebrar e projetar… três verbos que nos centram no mesmo acontecimento.

O 60º aniversário do Instituto.

Lembrar, é muito mais do que trazer à memória o caminho percorrido… lembrar é sobretudo: saber olhar, pôr-se à escuta e fazer o ponto da situação; para com verdade, afirmar pela vida, que estamos hoje mais conscientes das nossas implicações sociais, económicas e políticas, como campo “próprio” da nossa ação de cristãs no meio do mundo, conscientes da nossa responsabilidade, face à proposta de Jesus: “Vós sois o sal da terra, vós sois a luz do mundo”. Ora o sal é um ingrediente indispensável para o bom sabor dos alimentos e a luz é vital, bem o sabemos... 
Celebrar é essa oportunidade que a vida nos oferece, de encontro e partilha com os amigos e juntos, podermos expressar a alegria e gratidão que vamos sentindo, porque como sabemos, “há gente que fica na história, da história da gente”, como canta o fado, querendo dizer-nos que a vida, como dom de Deus, não se vive se não se convive e partilha; podemos com toda a certeza, dizê-lo da Maria Isabel, fundadora do Instituto. Ela fica na história da história da gente que é cada um de nós…
Por isso faz todo o sentido celebrar esta história de vida, que nos envolve e alenta a prosseguir o caminho, desbravando novos horizontes, ousando ser sinais de esperança e de confiança no Deus que vale a pena!... O ponto alto deste ano celebrativo, será no próximo dia 21 de outubro, na sede do Instituto e com um programa muito simples, mas que queremos significativo. 
Às 15h00 será apresentado um novo livro que tem como título “Rasgar Horizontes"; às 16h00 teremos a celebração da Eucaristia, presidida pelo Sr. Bispo Dom Virgílio Antunes e pelas 17h00 um Porto de Honra. Convido todos os amigos leitores a estarem presentes, pois sabemos que só juntos poderemos chegar mais longe. Não faltem!  

 Deolinda


“Conversas com ca(fé)”


Proporcionar oportunidade de diálogo entre crentes e responsáveis da pastoral da Diocese de Coimbra e alguns dos não crentes que nela residem e trabalham é o objetivo de um projeto que nós, as servas do apostolado, pretendemos dinamizar no próximo ano pastoral. Está agendada, na nossa sede,  para dia 21 de Setembro, a primeira conversa com ca(fé) intitulada: Provocações a Deus”.
Um Instituto secular deve ser um lugar de encontro privilegiado entre as margens. Por vocação e missão somos laboratório de diálogo com o mundo, aquele "laboratório experimental no qual a Igreja verifica as modalidades concretas das suas relações com o mundo" (Paulo VI, Discurso aos Responsáveis gerais dos Institutos Seculares: Insegnamenti, XIV, 1976, p. 676).
Estarão à conversa, algumas pessoas das nossas relações pessoais e que se afirmam ateus, a partilharem as suas razões de não crença em Deus. Como anfitriãs, assumimos a nossa identidade de cristãs, tanto dentro da comunidade cristã como na comunidade civil onde a relação se atua na busca do bem comum, no diálogo com todos, chamadas a testemunhar aquela antropologia cristã que constitui proposta de sentido numa sociedade desorientada e confusa pelo clima multicultural e multirreligioso que a caracteriza.

E tu, procuras Deus?


Celebrámos o Dia Diocesano da Juventude, na Catedral de Bragança, sob a presidência do Senhor D. José Cordeiro, com a presença colaborante de todos os movimentos de jovens da Diocese, no dia 29 de Abril de 2012.
Este grande encontro diocesano, organizado pelo Secretariado Diocesano da Pastoral Juvenil e Vocacional, coincidiu com o Dia Mundial de oração pelas vocações, cujo tema foi: As Vocações, Dom do Amor de Deus.
Nesta coincidência, o Senhor Bispo, depois de dirigir uma saudação especial aos jovens, “que buscam na alegria e na esperança dos vários caminhos, a Cristo, Caminho, Verdade e Vida”, acrescentou: “quero ser colaborador da vossa alegria”. Depois, exortou os jovens e menos jovens, a repensar a vida como vocação, para podermos viver como dom do amor de Deus.
Mas, qual a caminhada para descobrir este sentido da vida? D. José ilustrou essa caminhada com o exemplo dos percursos de Santo Agostinho e de EttY Hillesum, jovem judia holandesa, que morreu com menos de 30 anos, em Auschwitz.
Santo Agostinho, depois de uma grande procura da felicidade por vários caminhos, descobriu-a em si mesmo, já em idade adulta, quando descobriu que Deus estava tão próximo de si, mesmo dentro de si, o que o fez mudar completamente o rumo da sua vida. Exclama então, efusivamente, nas suas “Confissões”: Tarde Vos amei, ó Beleza tão antiga e tão nova, tarde Vos amei! Estáveis dentro de mim e eu estava fora, e aí vos procurava; e disforme como era, lançava-me sobre estas coisas formosas que criastes. Estáveis comigo e eu não estava convosco. Retinha-me longe de Vós aquilo que não existiria se não existisse em Vós. Mas Vós chamastes, clamastes e rompestes a minha surdez. Brilhastes, resplandecestes e curastes a minha cegueira… Tocastes-me e comecei a desejar ardentemente a vossa paz.

Também EttY Hillesum, que no campo de concentração, procurava ser um anjo consolador para os mais abatidos, enquanto aguardava o dia em que seria exterminada, exprimiu por escrito a sua procura de Deus: Dentro de mim há um poço fundíssimo. Lá dentro está Deus. Às vezes consigo lá chegar. Mas o mais frequente é o poço estar cheio de pedra e cascalho e Deus soterrado. Então, é preciso desenterrá-l’O.
Com estes exemplos, o Senhor Bispo convidou os jovens a serem alegres na fé, a olharem a vida como uma vocação para o amor, o que se tornará possível a partir da descoberta de Deus, que nos ama e chama.
Neste encontro houve momentos de oração, de partilha e de alegre convívio. Também foi dada ao Instituto Servas do Apostolado, único Instituto Secular presente na Diocese, a possibilidade de apresentar brevemente a sua vocação como dom de Deus para o mundo de hoje, pela razão de estarmos a celebrar os 60 anos da sua aprovação.
Desejo a todos os amigos leitores, uma procura sincera do Deus que nos procura a nós, para nos plenificar…
Josefa

 

Deus é uma questão para todos, crentes e não-crentes.

“Átrio dos Gentios”

Esta é uma expressão que tem a assinatura clara de Bento XVI e do seu colaborador para a cultura, o Cardeal Gianfranco Ravasi













Antes de tudo, perguntar pelo nome escolhido para esta iniciativa da Igreja : por que se foi recuperar uma designação que hoje não repetimos sem estranheza? Sem dúvida, pela forte inspiração simbólica. O “Átrio dos Gentios” era uma das partes constitutivas do Templo de Jerusalém. O interior do Templo, propriamente dito, organizava-se em três zonas: uma para o povo de Israel, uma para os Sacerdotes, e em seguida o Santo dos Santos. Mas entre este espaço interior e o muro externo, existia um átrio delimitado por colunas, que podia ser frequentado por não-israelitas. Era uma zona de silêncio (isto é, não votada ao comércio ou a curiosidade dos turistas de então, mas propícia às indagações profundas), onde alguns mestres judaicos se disponibilizavam para conversar sobre Deus e sobre a Torah com os estrangeiros que o desejassem. Na apresentação entusiasmada que faz do projeto, o Cardeal Ravasi diz que este se destina a construir «uma gramática nova», onde vencidas, de parte a parte, «tanto as apologéticas ferozes como as dessacralizações devastadoras», se possam revelar e mutuamente se ouvir «as razões profundas da esperança do crente e da espera do agnóstico». É, portanto, uma estação de diálogo que a Igreja quer estimular, deixando para trás a lógica do confronto ou o gelo da indiferença. (Cf José Tolentino Mendonça, in SNPC)

“Conversas com ca(fé)”

Proporcionar oportunidade de diálogo entre crentes e responsáveis da pastoral da Diocese de Coimbra e alguns dos não crentes que nela residem e trabalham é o objetivo de um projeto que nós, as servas do apostolado, pretendemos dinamizar no próximo ano pastoral. Está agendada, na nossa sede, para dia 21 de Setembro, a primeira conversa com ca(fé) intitulada:
 “Provocações a Deus”.

Um Instituto secular deve ser um lugar de encontro privilegiado entre as margens. Por vocação e missão somos laboratório de diálogo com o mundo, aquele "laboratório experimental no qual a Igreja verifica as modalidades concretas das suas relações com o mundo" (Paulo VI, Discurso aos Responsáveis gerais dos Institutos Seculares: Insegnamenti, XIV, 1976, p. 676).
Estarão à conversa, algumas pessoas das nossas relações pessoais e que se afirmam ateus, a partilharem as suas razões de não crença em Deus. Como anfitriãs, assumimos a nossa identidade de cristãs, tanto dentro da comunidade cristã como na comunidade civil onde a relação se actua na busca do bem comum, no diálogo com todos, chamadas a testemunhar aquela antropologia cristã que constitui proposta de sentido numa sociedade desorientada e confusa pelo clima multicultural e multirreligioso que a caracteriza.
Rosário

 
Naquele tempo veio ter com Jesus um leproso. Prostrou-se de joelhos e suplicou-lhe: «Se quiseres podes curar-me.» Jesus, compadecido, estendeu a mão, tocou-lhe e disse: « Quero: fica limpo.» No mesmo instante o deixou a lepra e ele ficou limpo. Advertindo-o severamente, despediu-o com esta ordem: «Não digas nada a ninguém, mas vai mostrar-te ao sacerdote e oferece pela tua cura o que Moisés ordenou, para lhes servir de testemunho.» Ele, porém, logo que partiu, começou a apregoar e a divulgar o que acontecera, e assim, Jesus já não podia entrar abertamente em nenhuma cidade. Ficava fora em lugares desertos e vinham ter com Ele de toda a parte. (Mc. 1, 40-45)

Somos uma humanidade ferida, por isso todos precisamos de cura.
Quais as doenças que precisamos curar?

Com o relato desta cena manifesta-se o amor de Jesus por todos e cada um dos seres humanos criados à sua imagem e semelhança. Jesus não só acolhe, mas também toca e purifica o homem que d’Ele se aproxima. Aquele homem era um homem de fé, não se importa em desobedecer à Lei que lhe fora imposta de se afastar, e se manter afastado das pessoas : A pregação de Jesus abriu nele um novo horizonte de esperança.
Ele confia no poder de Deus, sabe que só Jesus pode restituir-lhe a dignidade perdida.
E assim, desobedecendo à Lei, aproxima-se de Jesus e suplica-lhe de joelhos que «o purifique». Mais do que a doença o que o angustiava era o facto de se sentir excluído da sociedade civil e religiosa.
E Jesus, comove-se perante o seu pedido, estende a mão, toca-o e cura-o. Dessa forma também Ele infringe a Lei, e, ao fazê-lo denuncia uma Lei que criava marginalização e exclusão.
Com a autoridade que Lhe vem de Deus, mostra que a marginalização imposta pela Lei não expressa a vontade de Deus.
Deus não discrimina ninguém, Ele quer amar e oferecer a liberdade a todos os seus filhos e a todos convida a integrar a família do “Reino”, a nova humanidade.
  
Transportando esta mensagem para os dias de hoje :
· Quais as doenças que precisamos curar?
· O que precisamos que o Senhor purifique em nós?

Vivemos num tempo caracterizado pela crise; económica, de valores, de vocações …
Em todos nós existe um certo desequilíbrio psíquico que nos afecta e afasta da comunidade, seja inveja, ciúme, raiva, fobia, medo de alguém ou de alguma coisa: andar de avião, de navio, de carro, do mar, de falar em público, de assumir compromissos ou responsabilidades,
formas de Stresse, depressões, ansiedades, tristeza, solidão…Uma imensa gama de emoções, que nos levam ao desequilíbrio num ou outro período. Precisamos ir continuamente ao encontro de Jesus para lhe dizer : “Senhor Se quiseres podes curar-me".
Obrigado, Jesus porque para Ti é mais importante o Homem que a Lei e acolhes o mais pequeno gesto de súplica que Te fazemos transformando as nossas vidas e curando as nossas enfermidades.
Dá-me a ousadia  de Te procurar e Te encontrar para além dos esquemas e lógicas humanas de permissão ou proibição e em tudo poder glorificar o Teu Nome.
Zulmira

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Flash de: "um dia de retiro"
 Em celebração festiva


Neste ano, o Instituto Secular Missionário Servas do Apostolado encontra-se em celebração festiva pelos 60 anos de aprovação, com esperança, alegria e entusiasmo. Têm sido feitos encontros de adolescentes e jovens em algumas paróquias, motivando-os para a beleza da vocação cristã.


No passado dia 14 de Abril foi a vez de os adultos participarem no retiro mensal que habitualmente realizamos, tendo participado pessoas de várias proveniências.
A reflexão (orientada pelo Rev. P. Virgílio Neves) e oração incidiram sobre o tema: “A Missão Batismal na Luz Pascal”.
 Iluminados pela experiência apostólica da ressurreição de Jesus, refletimos os fundamentos e as exigências da missão, bem como sobre as atitudes do missionário (oração, alegria, entusiasmo, esperança, comunhão, ardor, perseverança, paciência).
Como os Apóstolos não podiam deixar de anunciar o que viram e ouviram, também cada cristão que se encontrou com Jesus Cristo ressuscitado e vive a fé n’Ele, vive essa fé incarnada na missão. Ser discípulo de Jesus é ser missionário. Acolhe e assume a missão de fazer o anúncio de Jesus, numa vocação concreta e determinada. Não há fé sem missão. Se há fé, há missão. Se não há missão também não há fé. A participação na missão da Igreja é precisamente o sinal da maturidade da fé, dizia-nos o P. Virgílio.

A avaliação dos participantes realçou a importância de se parar para escutar e dialogar com Deus que nos ama, nos procura e nos chama a segui-l’O em serviço salvífico. Da parte do Instituto, fica-nos a alegria de termos criado a oportunidade de partilhar em espírito de serviço apostólico e missionário, que Deus vale a pena.
Por vocação, tentamos viver uma existência representativa dos valores que plenificam o coração humano, dizendo ao mundo concreto em que vivemos que é possível: “viver entre os bens temporais (…) sem ser escravo de nenhum deles; que se pode amar com o desinteresse e a inesgotabilidade que chegam do coração de Deus (…); que se pode ser feliz mesmo sem fazer uma cómoda escolha pessoal, mas ficando plenamente disposto à vontade de Deus, como se apresenta na vida quotidiana, pelos sinais dos tempos e pelas exigências de salvação do mundo de hoje” (Paulo VI). Por exigência da missão, colocamo-nos ao serviço do dom gratuito de Deus…
Casimira de Jesus
«Pede à Quaresma que te ensine
o caminho do deserto,
o caminho da montanha,
o caminho do poço de Sicar,
o caminho para o abraço de Deus,
o caminho do coração do irmão,
o caminho de Jerusalém.»
De vez em quando somos surpreendidos com belos e profundos textos.
É o que acontece com este,
do Padre Manuel Afonso de Sousa,
que o site do Secretariado Nacional da Cultura nos oferece.
Os pedidos urgentes que, este ano, podemos fazer à Quaresma.
Ela é uma excelente mestra de vida, de humanidade e de festa!
...A caminho da Páscoa.

Deolinda
 Mensagem do Papa Bento XVI para a quaresma 

  
«Prestemos atenção uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras» (Heb 10, 24)


Desejo, este ano, propor alguns pensamentos inspirados num breve texto bíblico tirado da Carta aos Hebreus: «Prestemos atenção uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras» (10, 24). Esta frase aparece inserida numa passagem onde o escritor sagrado exorta a ter confiança em Jesus Cristo como Sumo Sacerdote, que nos obteve o perdão e o acesso a Deus. O fruto do acolhimento de Cristo é uma vida edificada segundo as três virtudes teologais: trata-se de nos aproximarmos do Senhor «com um coração sincero, com a plena segurança da fé» (v. 22), de conservarmos firmemente «a profissão da nossa esperança» (v. 23), numa solicitude constante por praticar, juntamente com os irmãos, «o amor e as boas obras» (v. 24). Na passagem em questão afirma-se também que é importante, para apoiar esta conduta evangélica, participar nos encontros litúrgicos e na oração da comunidade, com os olhos fixos na meta escatológica: a plena comunhão em Deus (v. 25). Detenho-me no versículo 24, que, em poucas palavras, oferece um ensinamento precioso e sempre atual sobre três aspetos da vida cristã: prestar atenção ao outro, a reciprocidade e a santidade pessoal.

A atenção ao outro inclui que se deseje, para ele ou para ela, o bem sob todos os seus aspetos: físico, moral e espiritual. Parece que a cultura contemporânea perdeu o sentido do bem e do mal, sendo necessário reafirmar com vigor que o bem existe e vence, porque Deus é «bom e faz o bem» (Sal 119/118, 68). O bem é aquilo que suscita, protege e promove a vida, a fraternidade e a comunhão. Assim a responsabilidade pelo próximo significa querer e favorecer o bem do outro, desejando que também ele se abra à lógica do bem; interessar-se pelo irmão quer dizer abrir os olhos às suas necessidades. A Sagrada Escritura adverte contra o perigo de ter o coração endurecido por uma espécie de «anestesia espiritual», que nos torna cegos aos sofrimentos alheios. 

A tradição da Igreja enumera entre as obras espirituais de misericórdia a de «corrigir os que erram». É importante recuperar esta dimensão do amor cristão. Não devemos ficar calados diante do mal. Penso aqui na atitude daqueles cristãos que preferem, por respeito humano ou mera comodidade, adequar-se à mentalidade comum em vez de alertar os próprios irmãos contra modos de pensar e agir que contradizem a verdade e não seguem o caminho do bem. Entretanto a advertência cristã nunca há de ser animada por espírito de condenação ou censura; é sempre movida pelo amor e a misericórdia e brota duma verdadeira solicitude pelo bem do irmão. Diz o apóstolo Paulo: «Se porventura um homem for surpreendido nalguma falta, vós, que sois espirituais, corrigi essa pessoa com espírito de mansidão, e tu olha para ti próprio, não estejas também tu a ser tentado» (Gl 6, 1).  (...)

 
A Quaresma é um percurso marcado pela oração e a partilha, pelo silêncio e o jejum, com a esperança de viver a alegria pascal. Façamos quaresma!


Um caminho a percorrer!

    Vivemos há pouco a Semana de oração pela Unidade dos cristãos. Esta intenção tem grande importância na Igreja e mereceu especial atenção do Concílio Vaticano II, cujos 50 anos estamos a celebrar. Nesse sentido, dele emanou o Decreto Unitatis Redintegratio (UR), que diz logo no número 1:  “Promover a restauração da unidade entre todos os cristãos é um dos principais propósitos do Sagrado Concílio Ecuménico Vaticano II. Pois Cristo Senhor fundou uma só e única Igreja. Todavia, são numerosas as comunhões cristãs que se apresentam aos homens como a verdadeira herança de Jesus Cristo”.
     Um facto que revela a importância dada pelo Concílio à questão ecuménica foi a Constituição sobre a Igreja, Lumen Gentium (LG) ter sido aprovada na mesma data do Decreto UR. Esse sinal mostra que o Decreto sobre o ecumenismo tem de ser lido em estreita ligação com a Constituição sobre a Igreja, e que todos os aspectos da renovação da Igreja operada pelo Concílio são de relevância ecuménica, desde o novo sentido do mistério da Igreja à visão da Igreja como “Povo de Deus”.
     Lembro-me da alegria que sentíamos e exprimíamos entre nós, quando, nessa altura, líamos ou nos era explicado, que a Igreja, “Povo de Deus”, ia para lá da Igreja Católica, porque há elementos da mesma santidade entre todos os cristãos: a Palavra de Deus escrita; a fé trinitária; a vida da graça; a fé, a esperança, a caridade e outros dons do Espírito Santo; etc. (Cf LG 15).



E que, por isso, fora do espaço visível da Igreja Católica, há elementos de santificação e de verdade; há eclesialidade (LG 8).
     Segundo o Professor e Teólogo José Eduardo Borges Pinho, «A receção ecuménica do Concílio tem sido marcada por avanços e recuos (o que não acontece só na Igreja Católica). De qualquer forma (diz ele), avançou-se mais em quase 50 anos do que nos últimos cinco séculos».
     Naturalmente, há ainda muito caminho a percorrer na tarefa ecuménica, em termos de transformação da mentalidade e de abertura à acção Espírito Santo. Mas já se caminhou ao ponto de os cristãos das diversas confissões conviverem de forma natural, quer em hospitais, quer em outros ambientes de trabalho, de voluntariado, etc.
     Segundo D. António Couto, já é fácil juntar na mesma celebração, nas dioceses e a nível nacional, católicos com presbiterianos, metodistas ou da Igreja Lusitana, para rezar ao mesmo Cristo e partilhar a mesma reflexão.
     Que S. Paulo, em cuja festa culminou a semana da unidade, continue a conduzir-nos no caminho da unidade querida por Jesus.
                                                  Josefa



Como olhamos o mundo, hoje?


Olhamos hoje a nossa sociedade e, verificamos as grandes e múltiplas dificuldades porque está a passar, do ponto de vista económico e social. E, não nos é difícil prever que a situação de desemprego vai crescer, (e outras) com todas as suas consequências…Este cenário é atual, é nele que vivemos,  no aqui e agora da nossa história.É um tempo propício, como cristãos, para olharmos à nossa volta e, percebermos, por um lado os desafios que o mundo nos coloca; por outro, o que é que Deus nos (me) está a querer dizer…É que não é indiferente, não pode mesmo ser, a nossa presença no mundo. Temos que nos pautar pela diferença e isso tem de se notar. Se o que nos move é Deus e o seu amor pela humanidade, a ponto de nos enviar o seu próprio Filho, como Presença e Salvação, então os nossos gestos e atitudes, mais do que palavras, têm de dizer que vale a pena a Esperança!Nestes tempos, é urgente dizer ao mundo, pelo testemunho, os valores que dão sentido à vida humana, mesmo em tempos de crise e situações difíceis. É nossa missão viver e ajudar outros a viver esses valores, para que seja verdade e real a dignidade de cada pessoa, sabendo que esta, não está no que se tem, mas no que se é e, sobretudo, na sua capacidade de amar.O nosso modo de viver é crucial, para que a ninguém falte o essencial em termos materiais e, ao mesmo tempo, aumente o interesse pelos verdadeiros valores humanos e cristão que nos vêm da fé, da esperança e da caridade.
Que este seja o nosso compromisso para o tempo da Quaresma que se aproxima. Boa Quaresma!
Deolinda


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