domingo

Vale a pena caminhar juntos!...


 
Tinham ouvido falar de uma terra maravilhosa, onde havia ouro e prata e toda a sorte de riquezas; e mais: lá não havia dor, nem ódio, nem tristeza. Quem a descobrisse teria descoberto o paraíso.

E partiram, cada qual com o seu mapa, que cada qual julgava o mais preciso. No caminho decidiram separar-se, já que um não acreditava no mapa nem no projeto de caminhada do outro.

Cada qual foi arranjando outros companheiros e espalhando que o mapa dos outros era falso e não levava à terra prometida. O mapa deles, sim, era o certo.
E lá se foram aqueles grupos em caravanas à procura do paraíso na terra, que seria porta de entrada para o paraíso no céu.

Cantavam seus hinos, recitavam seus versos, tinham sua linguagem própria e apostavam na sua versão do mapa. Tinham o verdadeiro roteiro.

Às vezes cruzavam seus caminhos, quase sempre para se acusarem de desvios.
Mas a terra maravilhosa parecia cada dia mais impossível. Chegavam aos oásis, achavam que era, mas não era.

Seus mapas precisavam ser interpretados e em geral, eram mal interpretados. Mil vezes disseram: chegamos. Mil vezes tiveram que admitir que ainda não era o que buscavam.

Um dia um especialista em mapas e caminhos convocou uma reunião de todos. Queria ver os três mapas e chocá-los com o original.
- Como? Que original? Original é o nosso!
- Não, disse ele, os três são traduções. O original está comigo.
- Como, com você?
- Fui eu que fiz o mapa. Quero ver o que vocês andaram fazendo com ele. Na ânsia de serem os mais certos, muitos de vocês andaram introduzindo coisas neles que eu jamais coloquei.

Aceitaram ir e na reunião o caminhante disse:
- A terra maravilhosa não existe aqui neste mundo, mas o caminho pode ser maravilhoso. Preocupados em chegar lá primeiro, vocês nem perceberam que a beleza do roteiro estava em caminhar juntos. E por não terem aprendido a caminhar juntos não aproveitaram nada dos seus mapas e por isso mesmo não chegaram.

Dito isso, o caminhante desapareceu e os três descobridores descobriram muito tarde que, ou se busca junto um aprendendo com o mapa do outro ou ninguém chega.

(David L. Weatherford)


Reflexão: Amigo, o caminho que percorres pode ser maravilho ou de muito sacrifício, a diferença está em como aproveitas a jornada...

O Cântaro lascado!



Um aguadeiro indiano tinha dois grandes cântaros. Transportava-os suspensos às duas extremidades de uma vara de madeira que se ajustava à forma dos seus ombros.

Um dos cântaros tinha uma brecha, e, enquanto o outro cântaro conservava perfeitamente toda a sua água da fonte até à casa do amo, o cântaro lascado perdia quase metade da sua preciosa carga durante o caminho.

Isto durou 2 anos, durante os quais, todos os dias, o aguadeiro só entregava um cântaro e meio de água em cada uma das suas viagens.

Claro, o cântaro intacto sentia-se orgulhoso, visto que conseguia cumprir a sua missão do princípio até ao fim sem falhar.

Mas o cântaro lascado tinha vergonha da sua imperfeição e sentia-se deprimido porque só conseguia cumprir metade do que era suposto ser capaz.

Ao fim de 2 anos daquilo que considerava como um desaire permanente, o cântaro lascado dirigiu-se ao aguadeiro, num momento em que este último o enchia na fonte.

   "Sinto-me culpado, e peço que me desculpes."

 "Porquê?" perguntou o aguadeiro. "De que tens vergonha?"

 "Durante 2 anos, apenas consegui transportar metade da minha carga de água para o nosso amo, devido a esta brecha que deixa entornar a água. Por minha culpa, fazes todos estes esforços, e, no final, só entregas metade da água ao nosso amo. Não obténs o reconhecimento completo dos teus esforços", disse-lhe o cântaro lascado.

O aguadeiro ficou emocionado com esta confissão, e, cheio de compaixão, respondeu: "Enquanto voltamos à casa do amo, quero que observes as magníficas flores que estão à borda da estrada".

Assim à medida que subiam pelo caminho, ao longo da colina, o velho cântaro viu, na borda do caminho, magníficas flores anhadas pelo sol, e aquilo aliviou-lhe o coração. Mas no fim do percurso, continuava a sentir-se mal porque tinha voltado a perder metade da sua água.

O aguadeiro disse ao cântaro: "Apercebeste-te de que havia flores lindas do TEU lado, e quase nenhuma do lado do cântaro intacto? Como sempre soube que entornavas água, decidi tirar partido disso.

Espalhei sementes de flores no caminho do teu lado, e, todos os dias, tu rega-las durante todo o percurso. Durante 2 anos, consegui, graças a ti, apanhar flores
magníficas que embelezaram a mesa do amo. Sem ti, nunca teria conseguido encontrar flores tão frescas e tão graciosas."

 
Moral da história: Todos temos brechas, feridas, defeitos. Somos todos cântaros lascados. Alguns de entre nós estamos enfraquecidos pela velhice, outros não brilham pela sua inteligência, outros são demasiado altos, demasiado fortes ou demasiado magros, alguns são calvos, outros estão debilitados fisicamente, mas são as brechas, os defeitos que temos que tornam as nossas vidas mais interessantes e exaltantes.

Devemos tomar os outros tais como eles são, e ver o que há de bom neles. Há coisas muito positivas por todo o lado. Há muita coisa boa dentro de si, (amigo leitor)!

Aqueles que são flexíveis têm a sorte de não conseguirem ser deformados. Não se esqueçam de apreciar todas as pessoas tão diferentes que povoam a nossa vida! Sem elas, a vida seria bem triste.

Obrigado por apreciar afetuosamente as minhas imperfeições - e, ainda mais importante para si - de aprender a amar as suas!...
(Desconheço autoria)