terça-feira

O olhar de Jesus


Recordemos o olhar de Jesus em Lucas 22, 61-62...


Eu tinha um relacionamento bastante bom com o Senhor. Conversava com Ele, pedia-Lhe coisas, louvava-O, agradecia-Lhe. Mas tinha sempre um sentimento ou sensação inesquecível de que Ele queria que eu olhasse bem no fundo dos Seus olhos... E isto eu não queria. Conversava muito, mas desviava os olhos, cada vez que percebia que Ele estava a olhar para mim. Sim, olhava sempre para outro lado. E eu sabia porquê! Tinha medo. Receava encontrar uma acusação nos olhos d´Ele: algum pecado não arrependido. Mas pensava também poder encontrar, naquele olhar, algum pedido: algo que Ele quisesse de mim. Um dia, finalmente, juntei toda a minha coragem e olhei! Não havia acusação alguma. Nem exigência ou pedido. Aqueles olhos diziam-me, simplesmente: «Eu amo-te!». Nessa altura eu olhei-os ainda mais no fundo com a persistência de quem procura algo. Nada encontrei, apenas a mensagem de sempre: «Eu amo-te!». Como Pedro, também eu saí... e chorei.

O canto do pássaro; de Anthony de Mello

domingo

História de amor


Era uma vez uma ilha, onde moravam os seguintes sentimentos: a Alegria, a Tristeza, a Vaidade, a Sabedoria, o Amor e outros. Um dia avisaram-nos que a Ilha seria inundada. O Amor cuidou para que todos fossem salvos. Pegaram todos no seu barquinho e desandaram. Só o Amor não se apressou pois tinha muito que ajudar. Por fim, quando a água já era muita, pediu socorro:
- Riqueza, leva-me contigo.
- Não posso. O meu barco já está cheio de ouro...
- Oh Vaidade, leva-me no teu barco.
- Não convém, pois estás muito molhado.
- E tu Tristeza, tens um lugar para mim?
- Não. Prefiro ir só.
Já desesperado o Amor pôs-se a chorar. Nisto apareceu um velhinho:
- Sobe, Amor. Eu levo-te no meu barco.
Chegando a terra seca o Amor perguntou à Sabedoria:
- Quem é aquele velhinho que me trouxe até aqui?
- É o Tempo, porque só ele é capaz de ajudar e de entender um grande Amor.
Começamos a Semana da Paixão.
Hoje a multidão que aclama, é a mesma que acusa;
Hoje acolhe, na cidade santa, mas de seguida, despreza.
Assim acontece na nossa vida quando não deixamos que o tempo nos amadureça.
Que esta semana nos ajude a reconhecer os gestos do Amor de Cristo por todos e cada um de nós.